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Carnaval 1995.
13 aninhos.
Olinda!
Sobe ladeira, desce
ladeira. Casas da ladeira do Senhor do Bonfim tocando Araketu.
- Desliga o som que lá vem o Maracatu!
- Abaixa logo que lá vem a r... voadora...
- Ufa! Passou!!!
Mas lá vem o Segurucu!
- Ai, Meu c! Meu Deus!
Um cacho de pitomba na mão, uma amiga do lado. Segue bloco,
perde bloco.
E nesse agito, um corpinho alto, magro e um sorriso lindo
conquista a minha atenção: Tito!
No meio do fervo e enquanto fervia o frevo, o moço decidiu
nos acompanhar. E além de tudo era educado. Um lord perdido na multidão.
Conversa vai e vem. E vem mais. E vem o beijo. E vem o abraço junto, daqueles
bem fortes que faz tudo revirar.
E no meio desse abraço, enquanto eu sacudia o moço magrinho com
força, percebi algo balançar. Tomei um susto. Não entendi nada. Achei que era
efeito do pau do índio e gritei sem pensar:
- Tito, cadê teu braço?!
Minha amiga usou simultaneamente suas duas mãos. Com a
direita me deu um puta beliscão e com a esquerda se apoiou pra se jogar no chão
gritando:
-
Cadê meu brinco?!
Porém, Tito, um verdadeiro lord, serenamente, respondeu:
-
Foi um acidente de trânsito.
E... Pan ran ran ran, Tan ran ran ran... Lá vem outro bloco.
Tito não se importou com a minha espontaneidade e continuou nas ladeiras comigo,
com nossos beijos e abraços balançantes.