domingo, 27 de julho de 2008

Sinal amarelo


Casal de pombinhos recém casados saem juntos de casa para ir ao trabalho.

No caminho, enquanto dirige, entre palavras carinhosas e chameguinhos, o jovem esposo degusta lentamente o sanduiche amorosamente preparado por sua esposa.

O sinal fecha e o clima romântico é interrompido por um moleque de rua escorado na porta do motorista com a cabeça quase dentro do carro que se pronuncia com um indigesto hálito de cola:

- Ei, tiiio, to cum fome. Me da esse sanduíche.

O jovem marido olha melosamente para a sua esposa, mira o sanduíche feito com tanto carinho, se enche de orgulho, estufa o peito e diz pausadamente:
- N-Ã-Ã-Ã-Ã-Ã-O-O-O-O-O-O

O moleque chocado com a resposta reage calculadamente com estilo próprio: Segura-se com amba as mãos na janela aberta do carro, inclina o peito pra tras e suga com gosto de todas as suas entranhas as secreções de seu corpo misturadas com a substância gosmenta, amarelada e mal cheirora que ele é habituado a cheirar e ...
- ssslhlhlhlh... Tccchhhuuuu... Splash!

Sim, senhores, foi uma super cuspida na cara de nosso romântico marido.

E como era o dia da caça, o sinal abriu e o moleque saiu correndo com toda sua astúcia e velocidade.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Despeitada 2


"Iá, iá, iá
Iá, iá, iá
Iá, iá, iá
Iá, iá, iá"

Sambão rolando, metade de festa. Casal de namorados soltando as tamancas:
tcha-tcha tcha-tchara! Tchatcha!
Stumdum stundum stundum.
Tum tum tum tum tum
Tcha- tcha-tcha
O gatinho com todo um autêntico gingando de mulato brasileiro rodopiava ao redor da gatinha. E ela sapateava no salão e se exibindo em seu top frente única com toda a nova protuberância garantida por seu novíssimo sutiã de silicone invisible un bra adquirido por uma bagatela no mercado informal.
Em um dos seus giros de porta bandeira e slipt! A nossa candidata a rainha de bateria sente um penduricalho gelatinoso e morno chacoalhando na barriga. Ela sacode o cabelo e dá um break com olhar desesperado para o seu mestre sala. Ele, no meio de sua performance de palco, puxa sua mulata pela cintura, rodopia ela em direção a seu corpo como um bailarino de lambada, e diz com um falso sutaque de malandro carioca no seu ouvido: - Deeeixa que eu rresooolvo essa parada, princeeesa!
E imediatamente, no calor do salão ele sobe a mão por dentro da frente única dela, descola o volume do seio direito e puxa o silicone direto pro bolso dele.
E como a festa não pode parar, nossos bailarinos continuam saculejar tudo pelo salão.

"Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela?
Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela"
Chico Buarque